Protege a criança dos perigos e dos seres sobrenaturais maléficos
Após os dois meses de vida, a criança enawene já se encontra mais “forte” ou “durinha”. Os adornos corporais são trocados: tornozeleiras e pulseiras de linha de algodão são substituídas por outras, feitas de sementes de tucum. As crianças passam a usar um bracelete amarrado na altura do bíceps com penduricalhos de tucum e denso colares em volta do pescoço, inita, feitos também de tucum, nos quais são pendurados frutos, penas, dentes de animais, entre outros (MENDES DOS SANTOS, 2006, p. 102). Os Enawene-Nawe dizem que os colares protegem dos perigos e dos seres sobrenaturais maléficos e protegem também o sono e a saúde da criança (JAKUBASZKO, 2003, p. 32).
Além do leite materno, as crianças passam a se alimentar de bebidas à base de mandioca, milho e hidromel. Nesta fase, os menahorayri(lo) começam a ser cuidados por seus irmãos e irmãs mais velhos e os banhos de rio tomam o lugar dos banhos de ervas, cada vez menos frequentes (SÁ, 1996, p. 5).
Etnia: Enawene-Nawe
Localização: Mato Grosso
População: 641 (Siasi/Sesai 2012)
Tronco Linguístico: Aruak
Fragmentos do texto Transformações dos corpos: um estudo do conceito de corpo enawene nawe, da Mestre em antropologia Maria Christina Almeida Barra.